segunda-feira, 21 de março de 2016

Educadores decidem, em Assembleia Geral, pela construção da greve da categoria

caminhada asseembleia março
Mais de 3 mil educadores decidiram hoje, em Assembleia Geral do CPERS, no Gigantinho, realizar a construção da greve da categoria seguindo um calendário de fortes mobilizações pelo Estado. Eles também deliberaram que no final de abril haverá uma nova Assembleia para discutir a possibilidade de greve dos professores e funcionários de escola.
De acordo com as avaliações dos 42 Núcleos do CPERS, apresentadas ontem durante o Conselho Geral da entidade, apenas 8 Núcleos foram favoráveis a greve neste momento. “Temos que aprender com a nossa história. Sempre que tivemos conquistas, foi através de fortes greves. A categoria está indignada com todos os ataques do governo Sartori, mas demonstrou que ainda não está preparada para a greve. Nosso desafio agora é transformar essa indignação em mobilização, pressão e luta para construir uma grande greve com o apoio de toda a comunidade escolar”, observou o diretor do Departamento de Comunicação do CPERS, Enio Manica.
A presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, fez uma avaliação do cenário atual e lembrou dos ataques vivenciados pela categoria em 1987, quando o governo implantou o QPE. “Nossa realidade está ficando cada vez mais parecida. Sartori está fechando turmas, desrespeita a Lei do Piso, não faz concurso público, desrespeita os direitos dos aposentados e quer nos tirar as horas atividades, entre tantas outras ameaças. Neste ano, já enviou um Projeto de Lei que abre a possibilidade de organizações sociais assumirem as escolas públicas. O governo tem poder, tem a maioria na Assembleia, mas esqueceu que terá de enfrentar uma categoria forte e unida”, afirmou.
CPERS avisa: Negociação só com a presença do secretário da Fazenda
Após o término da Assembleia, os educadores realizaram uma caminhada até o Palácio Piratini onde realizaram uma manifestação junto com representantes do Movimento Unificado dos Servidores para denunciar o descaso do governo Sartori com os serviços públicos e os servidores. Uma comissão com representantes do CPERS, Semapi e do Sindicato dos Técnicos Científicos do Rio Grande do Sul – Sintergs foi recebida pelo secretário de Educação, Vieira da Cunha, o secretário-adjunto da Casa Civil, José Guilherme Kliemann, e o Chefe de Gabinete do Governador, João Carlos Mocellin.
Após receber a Pauta de Reivindicações do Magistério gaúcho, entregue por Helenir, Vieira afirmou que, em breve, irá marcar uma reunião com a Direção Central do CPERS para aprofundar as questões relatadas na pauta.
“Nossa condição para negociarmos é a formação imediata de uma mesa de negociações envolvendo as secretarias da Educação, Fazenda e Casa Civil. Deixamos claro que não abriremos mão da presença do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, nesta mesa. Queremos discutir sobre os nossos salários, o pagamento do Piso dentro do Plano de Carreira e exigir o fim das ameaças aos educadores. Queremos propostas concretas. Agora, está nas mãos do governo. Ou ele nos joga para a greve ou negocia”, ressaltou Helenir.
Mobilizações aprovadas na Assembleia Geral
1- Construir a greve, seguindo um calendário forte de mobilização, com foco no Piso Salarial Nacional, com paralisação nos dias do calendário de mobilização. Realizar atividades semanais, marcando atividades com duração de 8 minutos e 13 segundos, correspondentes ao percentual de aumento concedido pelo governo estadual ao poder Judiciário.
-Dia 08/04: trancamento de rodovias;
-Dia 13/04: ato em defesa do IPE;
– Ato nas CRES.
2- Organizar Aulas de Cidadania;
3- Exigir a retirada das PECs 242 e 251 e dos PLs 44 e 507;
4- Promover Plenárias Regionais e Municipais para mobilizar a categoria e pressionar o governo;
5- Organizar Fóruns de discussão e defesa da escola pública nas comunidades de cada região;
6- Realizar campanha em defesa da escola pública com os seguintes eixos: Salário e remuneração, Carreira, Previdência e Saúde do Trabalhador, Condições de Trabalho e Segurança e Pedagógico;
7- Cobrar do governo a realização de avaliações funcionais e alterações de níveis do ano de 2015 e a retomada das promoções e suas respectivas publicações;
8- Realizar campanha “Fora Vieira” diante dos ataques e ameaças da Seduc a categoria;
9- Investir em mídia de rádios regionais para atacar quem ataca os educadores;
10- Pressionar as diretorias municipais dos partidos com representação na Assembleia Legislativa, cobrando posição positiva em relação às pautas dos educadores;
11- Realizar períodos reduzidos com foco no Piso e calendário de reposição salarial.

reunião vieira março 2016

2 comentários:

  1. Colegas, esclareço que a REPOSIÇÃO INFLACIONÁRIA (não é aumento) ainda não foi concedida aos servidores do Judiciário por conta da subserviência do Legislativo ao Executivo e pela inanição do próprio Judiciário. Até agora só recebemos promessas desde que interrompemos a greve em junho de 2015. Ademais colegas, não é muito inteligente criticar o aumento de outra categoria quando se busca o próprio. Estamos todos no mesmo barco e essa estratégia só serve o patrão. Ricardo Pontes, Servidor do Judiciário.

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  2. A estratégia de tentar melar a reposição de outra categoria que já sofre quase 60% de perdas da inflação, não é inteligente! Imaginem só: se a AL não aprovar essa reposição duramente conquistada pelos servidores do Judiciário, na greve de 2015, alguma outra categoria conseguirá??? Nunca! Não precisa ser muito esperto para entender que a pressão deverá ser feita após a aprovação do rejuste "pífio" de 8,13% para os servidores do Poder (que, diga-se de passagem, possui gestão própria de seus recursos). Como falou o colega no comentário acima, estamos todos no mesmo barco, os mecanismos de pressão e cobrança deverão ser nas urnas (aí houve esse erro histórico ao eleger o PMDB), ou diretamente para os que têm o "poder da caneta", nós trabalhadores devemos ser unidos e formar opinião uníssona, contra esses abusos do Governo Sartori!

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35º NÚCLEO - CPERS/SINDICATO